Comunicado AMCP sobre a aprovaçáo da eutanásia em Portugal

A eutanásia acaba de ser aprovada em Portugal, em sede parlamentar. Estamos diante de um dia negro na história do país, de retrocesso das conquistas e liberdades dos cidadãos. A AMCP - Associação dos Médicos Católicos Portugueses mantém, ancorada na possibilidade do veto presidencial ao projeto de lei, a esperança de que a eutanásia não venha a ser uma realidade em Portugal.

 

A AMCP reafirma a posição assumida em comunicados anteriores, de que a legalização da eutanásia e do suicídio assistido viola claramente o princípio da inviolabilidade da vida humana consagrado no artigo 24.º, n.º 1, da Constituição portuguesa.

 

Do ponto de vista médico, enquanto associação profissional representativa de associados médicos e estudantes de medicina de todo o país, a AMCP rejeita o suicídio assistido e a eutanásia como atos médicos. Ao médico cabe a defesa intransigente da vida.

 

A aprovação hoje efetuada, na 25ª hora, mostra bem o desespero dos defensores da causa. Neste sentido, a AMCP lamenta que a tática política não corresponda aos problemas reais do país, que assim se vê enfraquecido do ponto de vista humano e ético.

 

Nesta hora sombria, a AMCP alerta que a exemplo dos países onde a legalização já está em vigor, o caminho da defesa da vida humana torna-se mais sinuoso em Portugal, pois a aprovação abre a porta que leva a uma rampa inclinada de consequências trágicas que lesam de forma absoluta a dignidade da pessoa humana.

Apelamos ao Senhor Presidente da República que faça tudo o que estiver ao seu alcance para impedir a entrada em vigor de uma lei que desumaniza e atrasa Portugal.

 

O5 de novembro de 2021