Jubileu dos Doentes e do Mundo da Saúde - O testemunho da Marta 

Também jovens portugueses se juntaram ao grupo de peregrinos que de todo o mundo assomaram a Roma e ao Vaticano para o Jubileu dos Doentes e do Mundo da Saúde, a 5 e 6 de abril de 2025.

Convidámos uma das jovens peregrinas que participaram neste Jubileu, a Marta Brum Feijão, uma das nossas mais recentes associadas estudantes, responsável de comunicação do Núcleo de Estudantes Católicos da Católica Medical School / Faculdade de Medicina - Universidade Católica Portuguesa, a contar-nos como foi a sua experiência. 

 

julibeu alunos

O Testemunho da Marta Brum Feijão


Em primeiro lugar, gostava de cumprimentar todos os associados da Associação dos Médicos Católicos Portugueses e aproveitar para me apresentar. O meu nome é Marta Brum Feijão, sou aluna do terceiro ano da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa e escrevo para partilhar aquela que foi a minha experiência no Jubileu dos Enfermos e Trabalhadores da Saúde, que teve lugar em Roma, nos passados dias 5 e 6 de abril.

Porque decidi participar?

Enquanto jovens católicos, muitos de nós estávamos atentos ao Jubileu de 2025, ainda que nem todos esperássemos ter a oportunidade de estar presentes em Roma, especialmente em agosto, aquando do grande encontro jubilar dedicado aos jovens. Inicialmente, quando soubemos da existência deste evento específico dedicado aos trabalhadores da saúde, pensámos que não nos seria possível participar, por ainda sermos "apenas" estudantes.

Foi então, numa conversa informal, que o Professor Doutor José Diogo Ferreira Martins [Secretário-Geral da FIAMC - Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos] nos deu a conhecer o programa completo deste evento e, com grande atenção e incentivo, nos motivou a participar, explicando inclusive como poderíamos inscrevermo-nos. Foi esse gesto de encorajamento que precisavamos para nos impulsionar a juntar um grupo de colegas interessados e embarcar nesta peregrinação com destino a Roma.

Como nos preparámos?

Em termos de preparação enquanto grupo, todos sabemos as logísticas complicadas de viajar com 12 pessoas, mas não sinto que esse seja exatamente a preparação que querem saber. Cuidámos igualmente com a mesma minucia de nos preparar, sob o ponto de vista espiritual, afim de que, em Roma, pudéssemos fazê-lo de modo mais integral.

Quase todos tínhamos participado na Missão País no mês de fevereiro, o que foi um verdadeiro ponto de partida para esta caminhada interior conjunta. A preparação de cada um continuou ao longo da Quaresma, com as atividades promovidas pelo Núcleo de Estudantes Católicos da faculdade, nomeadamente a participação semanal na celebração da Santa Missa na capela. Tudo isto nos foi moldando o espírito e preparando o nossos corações para o que iriamos viver em Roma.

O que significou participar?

Participar num evento jubilar enquanto futuros membros da comunidade de saúde foi uma experiência marcante e enriquecedora. Tivemos o privilégio de estar rodeados de cerca de 20.000 peregrinos, segundo os dados do site oficial do Jubileu – entre doentes, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e muitos outros profissionais de mais de 90 países.

Estar entre tantos que partilham a mesma fé e vocação fez-nos sentir que a medicina é muito mais do que uma profissão – é um verdadeiro chamamento. A fé pode e deve ser a força motriz para exercer a nossa missão com mais humanidade, mais entrega e mais plenitude.

Tivemos ainda a enorme graça de ver o Papa Francisco pela primeira vez após a sua recuperação, o que tornou este momento ainda mais especial e emotivo para todos nós.

Senti, e creio que posso falar em nome de todos, que nos sentimos e fomos chamados a ser “mais”: mais humanos, mais completos, mais conscientes da dignidade de cada pessoa que nos será confiada no futuro. Esta experiência mostrou-nos que é possível viver a medicina com o coração centrado em Cristo e no serviço ao próximo.

Uma última nota

Gostaria de deixar um profundo agradecimento àqueles que nos incentivaram e tornaram esta experiência possível, em especial ao Professor Dr. José Diogo Ferreira Martins. E deixo também um convite a todos os que como eu são ainda alunos e que leem esta newsletter: não tenhamos medo de levar a nossa fé para o centro da nossa vocação. A medicina ganha outra luz quando é vivida com sentido de missão e com Deus no centro.

Com amizade,
Marta Brum Feijão
Estudante de Medicina – Universidade Católica Portuguesa

 

[Na fotografia, a Marta é a terceira jovem a contar da esquerda na segunda fila.]